La vie en rose

A alma é cheia de sons. Hoje acordei cantarolando melodias francesas, como é bom revestir os dias de canções que fazem bem ao coração, composições que forjam o caráter da ânima, que edifica o coração de tanto bem que fazem. A alma da gente tem esse dom, passeia nos acordes que ela já provou, degustou por ela mesma .Coisa boa é viver intensamente e inteiramente, o silêncio do depois torna-se canção, faz parte do sabor da vida, da percepção apreendida pelos sentidos porque eles viveram, transbordaram na alma, partilharam com ela. Conversar com o coração da gente é divino, a gente sente vontade de expressar tudo, e quando uma canção simboliza os afetos, ela não se cala dentro de nós.

De vez em quando o que mais quero é mesmo cantar, e como diz o santo, quem canta reza duas vezes. Quando a canção sai do coração, ela faz recordar os mais belos momentos vividos com intenso amor, que continuam vivos e sendo presentes  na alegria que permeia o hoje, sensação plena de uma euforia divina de momentos humanos.
A beleza que vi sorrindo nos olhos de uma senhora de cabelos brancos, em sua voz cantando compassivamente esta canção, está ao mesmo tempo refletida nas ruas belas da cidade esplêndida , está no sabor da minha alma, na avenida Champs- Elysées da minha vida, que neste momento eu vejo em rosa, e eu canto com minha alma, canto como se estivesse embaixo na torre mais linda do mundo, canto como se meus olhos refletissem mil luzes encantando e iluminando a cidade do meu coração, canto com a vida e para a vida, com o sabor de céu eternizado na minha alma.